
Papagaio estrela fica a prumo em cima da cabeça da gente e mandar um telegrama é muito difícil, era preciso a ajuda de um colega que ia levando o papelzinho até o outro lado da rua e depois soltava para que o recado chegasse até o seu destino, que era o cabresto do papagaio e os corações das moças. No papelzinho, cortado com as unhas, a gente mandava recados de amor escritos com caneta de pena de aço, tinta azul do tinteiro quase vazio e letra corrida.
Mas quando o papagaio estrela voltava o telegrama vinha junto, sem resposta. A seda do papel chegava molhada de nuvens, a água de chuva escorria nos dedos e a gente enrolava a linha na lata vazia de óleo Sol Levante sem nenhuma tristeza.
No outro dia continuava mandando recados de amor, como hoje...
Juvenil de Souza bebe que nem gambá velho.
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