English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

O futuro de ontem

Agente não sabia que ia ter cinema
falado, cinema colorido, fogão a gás, máquina
de costura elétrica, privada patente
com descarga de cordinha chuveiro,
sabonete perfumado, água tratada e encanada
dentro de casa, máquina de lavar
roupa automática, amaciante de roupa,
telefone em todas as casas, telefone
sem fio, celular, isqueiro a gás, cigarro
com filtro, geladeira dentro de casa, fazendo
gelo, cerveja gelada, cerveja de
lata, trim para cortar unha, sorvete em
pote, uísque nacional, cachorro quente,
hambúrguer, carrinho de lanche, camisa
banlon, calças rancheiras, sapatos sem
cordão, tênis de marca famosa, a gente
usava botinão feito no Lourenção sapateiro
e que apertava todos os dedos
até amaciar, camisa social, boné, que se
chamava bibi, restaurante self-service,
marmitex, penicilina, camisinha, viagra,
jogadores de futebol multimilionários,
música brega sertaneja, toca discos de
33 rotações, cds player, dvds, tv de mil
polegadas, home theater, som nos carros
ferindo os ouvidos, os homossexuais
eram conhecidos de todos, não tinha gay
nem lésbicas e nenhum homem tinha o
seu tal de lado feminino, a música dos
bailes era suave e aconchegante, a gente
namorava e não ficava, como hoje, as
moças casavam virgens, havia poucas
prostitutas e, principalmente, não havia
os terríveis e destruidores canais de Tv
com suas novelas imbecis e seus programas
de baixo nível. A gente acredita que
aqueles tempos eram melhores.

Juvenil de Souza vai se congelar
em gás hélio para voltar noutro século,
quando não haverá guerra nem fome.


Próxima crônica
Voltar à página anterior