As mãos de fada deram corda no aparelho, a agulha desceu macia no disco negro reluzente e a música tomou conta da sala, do corredor, dos quartos e as cortinas de renda dançavam suavemente tocadas pela brisa que vinha lá de fora, trazendo um perfume de laranjeiras e de jasmim. Era pura magia a música saindo da caixa preta e, de repente,surge o sorriso da menina ao lado do piano, vestidinho branco, mãos sobre as teclas, dedilhando como se acompanhasse a música dominadora.
A magia durou exatos três minutos contados no tic-tac do relógio da parede. O encanto perdurou mais alguns minutos enquanto a gente saía de manso, guardando na lembrança os olhos de aço da menina dedilhando as teclas do piano e ouvindo os estertores do gramofone que chiava o fim do disco.
Juvenil de Souza oferece essa música a alguém e esse alguém sabe quem.
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