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Na tarde que entardece o dia as cigarras zinem e ferem os ouvidos e a alma. Na praça tranqüila, zine uma atrás da outra e o sol rubro vai se pondo no horizonte de nuvens cor de fogo. As árvores balançam os galhos sem flores, apenas folhas verdes nesse começo de primavera quase frio. Um vento fino e doído arrepia as pernas das moças que passam com suas saias curtas, cabelos soltos desarrumados pela ventania. Uma conversa ao longe, seguida de risadas cristalinas, mostra que a vida palpita nas calçadas e ruas de pedras nuas. Outra vez o coro das cigarras rompe a tarde macia e gelada, umas mais agudas, outras mais graves, sinfonia do acaso sem maestro e sem pautas musicais, cada qual tecendo o seu canto e seu dia, agarrada às cascas rugosas das árvores ainda úmidas da chuva que tinha caído no outro dia.
Exangue, a tarde desiste e chega o crepúsculo e suas sombras. Uma ou outra cigarra retardatária zine, zine, zine, zine.
Entra sua majestade a noite, com seus tons negros e escuros e melancólicos.
Mais um dia se foi...

Juvenil de Souza nunca comeu
sanduíche no Mcdonalds.


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