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Na bruma da madrugada

A cidade tinha bruma nas madrugadas quando a gente saia dos bares meio adormecidos de álcool e sonhos. No jardim um fantasma descia perdido na brancura escura que cobria árvores, muros, casas e telhados. Fazia frio e a gente soltava fumaça pela boca, uma fumaça leve que se misturava ao ar. As folhas das árvores acalentavam gotículas de sereno que demoravam a cair na grama. Os galos cantavam na madrugada, os gatos se escondiam, os padeiros passavam com o pão de todo dia, quente e macio por dentro, dourado como a pele das moças que, semi acordadas, se preparavam para tomar café, leite morno, pentear os cabelos, e deixar a gente eternamente sonhador naquela bruma branca e silenciosa das madrugadas. Passavam de saia azul e blusa branca, sem ver a gente, invisíveis dentro da bruma fria. Aí, dava uma tristeza em todos; um olhava para a cara do outro, sentia uma dor no peito juvenil, lamentava alguma coisa que estava perdendo, mas não sabia o quê. E aí todo mundo ia para casa dormir.

Juvenil de Souza pensa que, um dia, a bruma ainda volte e também voltem os momentos
mágicos daquelas noites mágicas.


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