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Juras de amor

Ainda guardo as velhas cartas de amor que um dia a moça bonita da fazenda Amália escreveu. Estão amareladas, margens puídas, tinta esmaecendo, quase sumindo. O papel pautado com linhas azuis era branco e liso, onde ela escreveu com a letra delicada e pura. “Muito amor e carinho neste dia dos namorados. Um beijo da sempre sua...“. São quatro cartas, além deste bilhete. Numa carta ela diz que ficaria com a gente para sempre, noutra, diz que estava com saudade e marcava encontro no cine Dom Joanico, onde a gente namorava escondido, de mãos dadas sem ver o filme na sala escura com poltronas duras de madeira. Antes de acabar o filme a gente saia e ficava olhando ela indo para casa.
Em outra, ela dizia que tinha dúvidas sobre nosso namoro. Na última vez que escreveu disse adeus. Ficamos sem saber o porque daquela decisão tão dura e tão de repente. Semanas depois, numa tarde de jogo de futebol, a gente levou aquele choque.
Ela estava de mãos dadas com um desconhecido recém chegado. Sorridentes, tomavam sorvete e ela fingiu que nem me viu. Ficou grávida, o rapaz foi embora. O tempo passou, a dor passou, a vida continuou. Ficaram essas cartas amareladas pelo tempo com as promessas de “amor eterno“ que durou apenas dois meses.

Juvenil de Souza está ficando vesgo


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