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Frio em L'alma

Quando o frio começa a gente sente os joelhos duros, os pés gelados como pedras, o ar frio doendo nos pulmões, claros sintomas da velhice que nos consome com o tempo. E aí a gente só quer bolo com chocolate, chuveiro fazendo fumaça, espelhos orvalhados e toalhas secas. Naquele tempo a gente gostava do frio para ver de manhãzinha a grama branca com geada que caíra a noite inteira. Os dedos ficavam gretados nos pés descalços de unhas sujas. Era gostoso beber a água gelada que saia das torneiras, não havia geladeiras, privilégio de poucos na cidade.
Todos ficavam resfriados com o nariz escorrendo, limpo com a manga da camisa ou com as costas dos braços. O grande sonho era pegar um resfriado bem forte e ficar de cama sem ter que ir à escola e nem fazer as enfadonhas lições de matemática em casa. E sonhar com as impossíveis namoradas que viriam visitar a gente, dar um beijo na boca, sair pela porta para voltar amanhã com um pedaço de bolo e chá mate para melhorar nossa saúde
combalida.

Juvenil de Souza detesta frio
e sonha em morar numa praia
bem quente numa cabana de
madeira. Bem acompanhado.



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