
Foi aí, naquele momento mágico que uma bolha maior estourou e veio cair em nosso braço, queimando um pouco. A menina gulosa e desejosa se chegou, pôs a mão em nosso braço esquerdo e, subitamente, colocou a língua naquele doce-azedo, encostando o nariz no local ardendo e lambeu com gosto e prazer nossa pele áspera. Os pêlos arrepiaram subitamente num desejo imenso que rasgou o coração e irrompeu corpo afora.
Os olhos dela também brilharam na surpresa do gesto inesperado e me deu um beijo quente e inocente na face, que ficou queimando lá dentro, mais que as bolhas vulcânicas do doce já esquecido naquele tacho velho de cobre vermelho ardendo sobre o fogo de labaredas de todas as cores.
Juvenil de Souza tem ainda no
braço as marcas das queimaduras.
E finge que olvidou o desejo
nascente debaixo da mangueira
ao lado daquele tacho.
Próxima crônica
Página Inicial